Vamos mudar de assunto, que tal falar de viagens?
Como já disse comecei viajar para fora do país a partir dos
meus 8 ou 9 anos, primeiro porque acho que eles não tinham com quem me deixar,
mas no fundo acho que meu pai, especialmente ele, aproveitava para ficar mais
comigo já que ele era um workaholic, acabava me vendo muito menos que a mamãe.
Depois quando ele começou a fazer a Vemag com a família
Fernandes, com o aval do nosso presidente que na época era Juscelino Kubitschek,
e que se tornaram amigos, viajava sem parar em 1952 e daí por diante. Tentou a
Fiat, a Citroen, mesmo a Volks, e acabou conseguindo a DKW. Me lembro do
primeiro Salão do automóvel, feito por Caio Alcântara Machado, e eu me sentia ultra orgulhosa de estar no
Stand da DKW. E assim foi, íamos para Dusseldorf, Stuttgart, e várias outras
cidades que não me lembro o nome, e a coisa que mais me impressionava era que
as cidades estavam sendo reconstruídas por causa da guerra. Íamos muito a Zurich,
e aproveitávamos os fins de semana em Paris, Roma,Geneve, enfim era muito bom.
Me casei muito cedo e o Georges Schnyder tinha que fazer um
estagio em Bruxelas e lá fomos nós. Fomos buscar um Fissori branco, que papai
me deu, era o carro esporte da DKW na Alemanha e fomos nos instalar na Bélgica.
Com 18 anos não era fácil escolher o apartamento, o lugar, enfim, começar uma vida.
Estávamos num Hotel na Av. Louise e da janela eu vi depois de procurar bastante
que tinha um apartamento para alugar, nada especial, mobiliado e feio, mas a
zeladora do prédio que tinha três andares me convenceu de ficar lá. Foi lá que
tive aulas de francês, tive poucas aulas de bridge, mas tive. O nosso Embaixador era Carlos Cyrillo, e sua
filha que estava na embaixada era Maria Ruth, hoje Brauen, eu ia lá todos os
dias e me sentia em casa. Gostávamos muito de jogar mini-golf. Conheci a Princesa
Paola e fui convidada para ir ao casamento do Rei Balduíno com a Rainha Fabiola
de Mora que foi uma festa linda na Grand Place, tenho medo que estou me
confundindo e a festa de casamento foi no Castelo Real, pois me lembro de ter
estado lá. Morei seis meses na Bélgica indo passear praticamente todos os fins
de semana para Brugge, Luxemburgo, e nos longos weekends, para Holanda, Suíça,
França, varias cidades, como Deauville, Trouville e varias cidadezinhas que nos
acolhiam, mas que não me lembro mais.
Anny, minha cunhada, ficou um tempo conosco e fomos viajar
pelo norte da Itália, Lago di Como.
Enfim, quando você escreve parece que as memórias voltam. Mamãe
também ficou 1 mês comigo. Eu já naquela época não deixei passar um filme sem
assistir e comia os chocolates Belgas que são os melhores do mundo. Ainda
ficamos um mês em Paris e outro nos EUA.
Ao voltar para o Brasil, tudo mudou, pois o Georges teve um
acidente de cavalo na fazenda e ficamos dois meses no Hospital Beneficência Portuguesa,
que graças ao Jose Erminio de Moraes (que era companheiro do papai de uma viagem
que fizeram juntos para o Japão) mandou um helicóptero busca-lo em São Carlos e
colocou o Georges na Beneficiencia.
Ia falar de viagens, mas parei na primeira, depois continuo...
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