Texto 9

Ao me casar com o Sandro ele me pôs para trabalhar para valer, a sorte é que eu gostava e como era para viajar bastante pela Itália fui gostando cada vez mais. Eu me dedicava as feiras de presentes com objetos para casas que as pessoas compravam, aos presentes de casamento e decoração na Loja Florença que era na R. Augusta. Além de tudo eu resolvi abrir uma loja com Cecilinha Cunha Bueno, comprava muitas roupas esporte para a nossa loja Piazza di Spagna que era na Oscar Freire. Era uma alegria em todos os sentidos.
As minhas amigas me esperavam comprar nas fábricas, especialmente maiôs e biquínis que aqui não existiam, e eu escolhia modelos especiais para cada uma. Eliana, Renata Botti, Turquinha Muniz de Souza, poderia ficar escrevendo ate amanhã as maiores e melhores compradoras. Eu dividia e iam pagando como queriam, e eu fazia um caderno para as amigas não comprarem roupas parecidas. Fiz um big aniversario em casa e éramos 6 vestidas quase iguais e saímos em todos os jornais gargalhando, na época, Alik Kostkis,Tavares de Miranda( o mais importante) e Meninão, fora o Ricardo Amaral que já tinha nos abandonado e escrevia no Rio.
A Piazza durou 8 anos, o maior sucesso, mas eu já tinha passado, meu desastre de carro na Europa, o tal que não quero contar, tinha construído uma casa do jeito que queria, no lugar que queria, eu e meus 4 filhos comemorávamos todos os aniversários, e viajava muito pela Europa inteira, não tinha mais, só a Itália.
Aí o Georges que era o mais velho embarcou comigo para 40 dias, para todos os países que queria. Nesta época decidi fechar a Piazza e no mês seguinte foi proibido pelo General Geisel as importações. Os meus amigos me gozavam dizendo que eu já sabia, imagine deve ter sido segredo de Estado, e a Piazza, simplesmente se fechou.
Tenho muitas amigas que se lembram da Piazza e especialmente eu, que deveria ter ficado com ela pois o que mais gosto é vender, e roupas então nem se fala.
Logo depois me separei do Sandro e casei com o Luís Carta que resolveu fazer a Revista Vogue e aí sim viajávamos pelo mundo afora. Eu cheguei a fazer uma espécie de calendário das nossas viagens, cheguei a 200 e poucas e perdi. Mas dentro disto tivemos muitas viagens para Buenos Aires, pois fizemos o Vogue Argentino, que não foi bem. Em compensação fizemos o Vogue México, que foi muito bem, vendemos a nossas partes, mas existe até hoje. Eu adorava ir para o México, pois ainda para melhorar tinha a Marina Escandon , filha da Helene Matarazzo que morava lá e a família ficou enorme, e eu me encontrava com eles sem parar, ainda hoje vejo Marina quando vem visitar Helene.
O próximo capitulo vou falar das viagens de prazer, as que me fazem lembrar só bons momentos.

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